Gnomo no caminho
Chegaram os primeiros desenhos do gnomo que vou lançar em breve. Acho que já falei dele aqui. Chama-se Jean Charles, e pertence a uma menina de 11 anos, chamada Maria Antonieta. Juntos, eles narram “Maria Antonieta e o gnomo”. Cada um contando o seu lado da história. O livro deve sair em breve, pela editora V&R, e ao que tudo indica, ficará lindinho.
Os personagens surgiram durante uma viagem que fiz para a Itália, e me perdi. Eu tinha mapas, aplicativos, tudo. Mesmo assim, me perdi de verdade, num lugar ermo, sem pontos de referência, nos arredores de Bologna. Não havia uma pessoa para quem eu pudesse pedir ajuda. Havia ladeiras e mais além, um bosque. Atrás de mim, o trilho do trem. Bater na porta da casa de alguém? Não tive coragem.
O jeito foi seguir andando. Andei muito nesse dia. Era como se eu tivesse chegado, sei lá como, num vilarejo amaldiçoado. Nenhum vestígio de vida em qualquer tipo de forma ou tamanho. Nenhum cachorro na rua, nenhuma criança jogando bola na rua, um gato em cima do telhado. Foi inevitável pensar naquele cenário clássico, o mundo acabou e eu sobrevivi. Então deixei minha imaginação me conduzir, enquanto as pernas seguiam andando e o universo, decerto por dó, me soprou uma ideia para um livro.
Passagem de tempo. Chegamos em 2017 e estou em casa, no meu chalezinho, com o livro quase pronto. Feliz por ter me perdido. Com esperança de me perder totalmente, sempre que surgir uma oportunidade.
1 comentário. Aleluia!
é bom se perder 🙂