Uma, por exemplo, ela gerou sem querer. Uma gigantesca serpente de nome Píton, a quem as pessoas novas temiam. Um enorme corpanzil, na encosta de uma montanha. Apolo, deus do arco brilhante, levou um tempão para abatê-la, lançando nela flecha após flecha, coisa que nunca tinha feito antes, exceto nas caçadas aos veados ou aos cabritos montanheses. Sem errar, soltou milhares de flechas com seu arco, até que o monstro, vencido, deixou escorrer seu sangue envenenado pelas encostas escuras. Em memória disso, os jogos sagrados, chamados de Pitianos, foram criados, e Apolo sobrepujando todos os jovens competidores nas corridas, a pé ou de biga, foi aclamado vencedor. Recebeu a coroa de carvalho. Aquilo foi antes dos louros, antes de Apolo cingir sua fonte com galhos entrelaçados daquela árvore, ou de outra qualquer.

Aqui vai uma boa representação do tamanho do bicho.
piton_apolo

Não è à toa que Apolo precisou de “milhares” de flechas. Acho curioso que foi algo que a natureza gerou assim, sem querer. Imagine se fosse intencional…

Para você que chegou agora: desde o comecinho de janeiro estou reproduzindo (em formato de prosa) “Metamorfoses” do poeta Ovídio, acrescentando meus pitacos. Em itálico, as palavras originais. Abaixo, meus comentários.

Modificado pela ultima vez: 26 de outubro de 2014

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