Para você que chegou agora: desde o comecinho de janeiro estou reproduzindo (em formato de prosa) “Metamorfoses” do poeta Ovídio, acrescentando meus pitacos. Em itálico, as palavras originais. Abaixo, meus comentários.

Têmis os ouviu e deu sua orientação:
“Saiam do templo, cubram suas cabeças, arranquem suas túnicas e joguem os ossos de sua mãe atrás de vocês!”

Mudos, atônitos com o que tinham ouvido, ficaram os dois num longo silêncio, quebrado finalmente por Pirra:

“Ela não faria isso!”

Com os lábios trêmulos, rezou pedindo perdão pelo que sua desobediência pudesse causar, mas esse ultraje ela não arriscaria seguir: insultar o espírito de sua mãe jogando seus ossos em qualquer lugar. Em completa escuridão ouviram a voz misteriosa repetindo tudo o que tinham ouvido, sem parar.

“O que seria isso?” pensaram.

Por fim, Deucalião descobriu a saída:

“Pode ser errado, mas certamente os oráculos sagrados jamais aconselhariam alguém a um ato errado. A terra é nossa mãe, e eu suponho que os ossos mencionados pela deusa são as pedras. A ordem e para jogá-las atrás de nós.

Ela ainda estava em dúvida, e ele nem um pouco convencido. Ambos, desconfiados daquela ordem celestial, mas que dano, que mal haveria em tentar?

E assim começa a sessão de bruxaria. Amanhã relato os resultados. Mas já vou alertando, não tentem isso em casa, crianças.

Modificado pela ultima vez: 26 de outubro de 2014

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