O formigueiro era um mundo a parte. Só entende quem esteve lá. Achei a administração impecável. Nosso dia a dia era pautado por uma rotina que não deixava brecha para desvarios. Durante todo o tempo que estive dentro nunca vi uma formiga largada pelos cantos, moscando, deprimida ou reclamando da vida, o que não significa que trabalhávamos direto. Havia tempo de descanso. Eu aproveitava para ler e escrever. Muitas faziam artesanato, outras iam nadar. Era o momento do relaxamento. Depois retomávamos nossas atividades no maior pique.
Após o terceiro dia eu parei de escrever no meu diário. Estava achando tão prazeroso a anulação total do ego que resolvi levar a experiência ao extremo. Foi como se tirasse férias de mim mesma. Elas sabiam da existência do Facebook, mas achavam uma bobagem. Formigas já são conectadas por natureza. Vivem numa comunidade real. O fluxo de informação é constante, via antena. E o mais lindo: as informações já vêm filtradas. Apenas o que interessa. Mensagens secas e necessárias, do jeito que eu gosto.

Modificado pela ultima vez: 26 de outubro de 2014

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