Certo dia, estou saindo do meu banho de igarapé, quando me deparo com uma criatura. Tinha um palmo de extensão, e a maneira como se deslocava era de serpente. Deslizava pela terra. Parecia uma cobra brilhosa e sem cabeça. Sua forma era arredondada em ambas as extremidades. Imagine um churros que criou vida. Se bem que a cor não era de churros. Tinha cor de ébano. Sabe aquela cor que a gente nunca viu, mas é como conhecesse? Olhando mais de perto reparo que não se trata de uma criatura. São muitas. Uma equipe de lagartas que se organizaram com o firme propósito de mimetizar o corpo de uma cobra. Elas rastejavam umas por cima das outras, possibilitando que o grupo todo avançasse de uma maneira sinuosa. Era uma trucagem.
A visão mexeu comigo. A partir desse dia comecei a meditar sobre o conceito de coletivo. E isso, claro, teve um efeito radical no meu próprio comportamento. Lembrando que nessa etapa da viagem eu ainda vivia na condição de anfíbio.
Comentários
(…) um churros que criou vida(…) sensacional!
hehe
Amo! Como não gostar da literatura da Índigo?índigo o seus livros já foram traduzido para alguma outr língua? Bjos “)
OI, Rafael Sim, para italiano. beijinhos