Certo dia, estou saindo do meu banho de igarapé, quando me deparo com uma criatura. Tinha um palmo de extensão, e a maneira como se deslocava era de serpente. Deslizava pela terra. Parecia uma cobra brilhosa e sem cabeça. Sua forma era arredondada em ambas as extremidades. Imagine um churros que criou vida. Se bem que a cor não era de churros. Tinha cor de ébano. Sabe aquela cor que a gente nunca viu, mas é como conhecesse? Olhando mais de perto reparo que não se trata de uma criatura. São muitas. Uma equipe de lagartas que se organizaram com o firme propósito de mimetizar o corpo de uma cobra. Elas rastejavam umas por cima das outras, possibilitando que o grupo todo avançasse de uma maneira sinuosa. Era uma trucagem.

A visão mexeu comigo. A partir desse dia comecei a meditar sobre o conceito de coletivo. E isso, claro, teve um efeito radical no meu próprio comportamento. Lembrando que nessa etapa da viagem eu ainda vivia na condição de anfíbio.

 

Modificado pela ultima vez: 26 de outubro de 2014

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Comentários

(…) um churros que criou vida(…) sensacional!

Amo! Como não gostar da literatura da Índigo?índigo o seus livros já foram traduzido para alguma outr língua? Bjos “)

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