Maxon forever
Admito: estou lendo “A seleção”. Abri por curiosidade, só pra ver do que se tratava e quando dei por mim já estava na metade do livro dois e, nesse ritmo, até quinta-feira começo o terceiro. Mas não é só isso. Quando o livro 1 caiu nas minhas mãos, eu estava com Flaubert em vista. O que aconteceu comigo, para trocar Flaubert pela história de 35 garotas que concorrem entre si para casar com um príncipe, e trocam de vestido a cada capítulo?
Agora, além de ter de botar o pobre Flaubert de molho até terminar o livro 5, também sou prova viva do magnetismo diabólico que a combinação príncipe, castelo, casamento, exerce sobre nós – não importa sua idade, grau de instrução ou empoderamento. No começo eu me senti meio estranha lendo “A seleção”. É como se eu tivesse sido transportada para um mundo de faz de conta onde nem a autora se sente na obrigação de escrever como uma mulher adulta. Tudo é absurdo e incongruente, das frases à construção do universo, até o comportamento dos personagens. É o reino do vale-tudo. Mas a essa altura eu já relaxei. Só paro depois do casamento do Maxon. Para todos efeitos, estou fazendo pesquisa de mercado.