Sobre a criação de personagens
Um bom personagem já nasce com um dilema, como certas pessoas de carne e osso. Você bate o olho e entende o tormento. Talvez a própria pessoa não saiba, ou não queira enxergar, mas a questão está lá. Você pensa “que sina…” Daí vem a compaixão que te motiva a acompanhar o personagem até o fim da história.
Outros personagens entram para o texto, passam por diversas situações e não mostram o seu dilema fundamental, exatamente como certas pessoas de carne e osso. Você até se pergunta se aquela pessoa existe de fato. Você pensa: “como pode…”
Como autora a minha vontade é de eliminar personagens desse tipo. Mas então me lembro que, na vida real, existe gente assim. A única coisa a fazer é continuar submetendo esse personagem a testes cada vez mais desafiadores, até o ponto em que seu tormento terá de vir à tona. É o único consolo do criador. Torturar suas criaturas na certeza de que uma hora elas vão revelar aquela tão desejada faceta secreta.
2 comentários
Dicas preciosas Índigo, tenho 14 anos e amo seus livros, aliás, eu amo seu jeito de escrever livros.
Espero um dia me tornar uma escritora tão boa quanto você.
Bjs’
Olá, Tamires. Obrigada pelo comentário. Te desejo muito sucesso
beijinho, Índigo