A hora do banho
Aqui era onde eu tomava banho.
Durante meus banhos eu vi: macacos (em bando), gigantescas borboletas azuis, aranhas de todos os tipos, peixes, formigas (sempre), centopeias, lagartas, lacraias e uma serpente negra. Essa última me assustou um pouco, pois ela deslizou pelo meu ombro. Então percebi que era uma madeixa dos meus próprios cabelos molhados. Foi apenas um momento medusa levado ao extremo.
Durante meus banhos eu ouvi: pássaros conversando a meu respeito, araras de passagem e macacos rindo.
Ainda na questão das proporções: essas folhas no canto superior direito tinham três vezes a minha altura. A água era infinita. Em dias de calor extremo, os banhos duravam 40 minutos, sem culpa, sem a preocupação de estar desperdiçando os recursos do planeta, pois eu estava mergulhada na fonte dos recursos do planeta. Tomando banho nesse igarapé eu pensava no planeta inteiro, em prédios com encanamento. Eu me perguntava como, depois disso, eu poderia algum dia voltar a viver numa casa com teto e paredes? Foi quando notei que eu começava a virar um bicho do mato.
4 comentários
que experiência incrível! tô amando acompanhar seus dias na floresta.
beijo!
Oi, Silvana! Que legal te ver por aqui. Eba. Fico feliz de saber que vc está me acompanhando nessa novela. beijinhos, Índigo
Incrível mesmo. Adorei a serpente negra e a estranheza sobre voltar a morar sobre um teto, com água encanada e todo o resto. Conte mais, muito mais.
Beijo grande,
Juliana.
Ah, certamente. Vem muito mais por aí… hehe. bjo