Dentro da caixa
Estou em São Paulo. A partir de hoje, até novembro, passarei dois dias por semana aqui. Trouxe uma planta pra me fazer companhia.
É como se tivessem me enfiado numa caixa de sapato. Estou num apartamento vazio. Tem uma cama, uma mesa, fogão e geladeira. E eu. Não tem Valentina pra me interromper, berrando por comida, não tem marido que passa cantando. Geladeira tem, mas dentro não tem nada. E esse nada é tudo que eu precisava. Melhor que isso só se me acorrentassem ao teclado, mas isso aqui já está bom. Pra começar.