Imaginação? Humpf…
Certa noite Morgana invadiu os sonhos da Flora. Queria lhe passar um recado. Sentou-se ao pé da cama da ex-pupila e disse:
“Ai, Flora, estou muito, muito decepcionada com você. Parece que você se esqueceu de tudo!”
Morgana segurava uma boneca de palha que Flora começara a confeccionar dois dias antes. Ainda não estava pronta. Faltava os olhos, cabelo, boca e nariz. Nessa etapa, mais parecia uma boneca de vodu.
“Você se lembra de quando era menina e brincava de boneca? Lembra de como era?”
Flora se lembrou direitinho. As bonecas se estapeando, brigando para ver quem ia se casar com o ator de Hollywood, uma arquitentado planos de vingança contra a outra. Era bem estressante.
“Como você acha que elas faziam aquilo? Não vá dizer que achava que elas ganhavam vida por causa do poder da imaginação.”
Flora não quis admitir, mas sempre achou, sim, que era resultado da sua imaginação.
“Hello-ou! Era eu. Eu e minhas companheiras. Aquilo era real. Você sabia que era real. Só não entendia os bastidores.”
De repente Flora acordou. Ao pé da sua cama encontrou uma boneca diferente.