O macaco impávido, Senhor do Tempo e do Destino.
O livro que estou traduzindo tem como pano de fundo o movimento do Tempo e todo o mistério que isso envolve. A tradução avança conforme escorrem os grãozinhos de areia que compuseram 2017. Vamos nos aproximando da minha época favorita do ano. O limbo entre o que está acabando e a espera do novo. Aquele período nem lá, nem cá, que é o intervalinho entre Natal e Ano Novo. É quando gosto de mexer nos armários, me livrar de certas coisas, dar uma geral no ambiente de trabalho, na casa, por dentro e por fora. No corpo, na cabeça, no entorno todo. Procuro estar com as coisas o mais organizadas possível, para que quando o Ano Novo chegar, ele se sinta acolhido. É um novo começo que a vida nos oferece, de novo, para que dessa vez a gente acerte mais; erre menos. Todo ano, ano após ano. E toda vez, vale o esforço. Faço a lista de desejos, de objetivos, planejo. Fica a referência (mesmo que eu me desvie no decorrer do ano), e a lembrança do que eu considero importante. Daí o ano começa e com ele chega todo tipo de surpresa. Mas isso é outra história.
A imagem do macaco impávido viajando num tapete voador motorizado, dando um giro no planeta, traduz a minha crença na ordem e planejamento. Sou o macaco arrogante, indiferente ao caos do mundo, à fragilidade das minhas ideias. Vou de queixo erguido, com minha armadura de guerreiro, disfarçando minha natureza bestial e cômica. Quem vê, até acredita.