Para o alto e avante
Montada na vassoura mágica eu sobrevoava a floresta amazônica, numa noite de lua cheia e pensava: “Meu Deus! Um dia vou ter que escrever sobre isso.” Agora, cá estou de volta à minha casa e me dando conta da minha ingenuidade. Como descrever a sensação de estar voando de verdade? É uma adrenalina tão poderosa que eu tinha certeza que meu coração ia estourar e aquele seria meu fim. Seria até poético. “Ela explodiu feito um cometa, em pleno ar. Agora seus restos mortais estão espalhados pela floresta, pros bichos comerem.” A minha sorte é que a vassoura sabia o que estava fazendo. Ela funciona com piloto automático. Depois, bem depois, quando eu aprendi a pilotar, assumi o controle. Mas nessa primeira experiência de voo ela fez tudo. No ponto em que eu comecei a chorar e gritar de emoção ela resolveu que deveríamos voltar para o chão e me largou no topo de uma árvore. Num galho lá no alto. E lá eu fiquei.