Resposta para Maria Victória:
Olá, Maria Victória
Como vai?
Primeiramente, peço desculpas por não ter postado respostas para vocês nesses últimos dias. Foram dias tumultuados, com muitos afazeres por aqui, dos mais diversos tipos. Não fiquem chateados comigo. Escritora quieta é sinal de escritora trabalhando, e escritora trabalhando é sinal de novidades surgindo em breve.
Sobre a carta em tinta roxa, de Maria Vitória, mais uma vez, grata pelas palavras tão gentis. Nela, a autora fala de “ato heroico”. A expressão me pegou de surpresa, pois na comparação com os muitos voluntários que estiveram em Brumadinho, no calor da hora, salvando vidas e enfrentando o caos imediato, o nosso gesto foi amoroso, muito mais do que heroico. Ao mesmo tempo, eu entendo o que você quis expressar.
Parece que já se passou tanto tempo desde o evento, né? E nós aqui, ainda falando a respeito. Lembro de uma moradora com quem conversei quando estive lá. Ela disse, “Só não quero que essa história caia no esquecimento”. Sei que eu nunca vou me esquecer do que vi e ouvi. Confio que vocês também não.
Mas, quanto a ato de heroísmo, compartilho com vocês uma experiência que vivi nesse fim de semana. Aqui no sítio temos 3 caixas de abelha. A produção de mel é bem pequena, e eu mesma nunca mexi nas caixas. Mas, nesse fim de semana, alguns amigos que entendem do babado vieram fazer uma visita e me mostraram como se faz. Vesti aquele macacão de apicultor, que mais parece de astronauta, e fui até as caixas. Abrimos a tampa e um enxame de abelhas parte para o ataque. É uma experiência inesquecível. Você tem que ter muito sangue frio para ficar ali paradinha, sem nenhum movimento brusco, com as abelhas querendo te atacar e colidindo contra a redinha que cobre o nosso rosto.
Eu amei a brincadeira, e comecei a estudar o assunto para poder estreitar minha parceria de colaboração com as amigas abelhas.
Beijos, Índigo