Termina assim?
Depois de toda essa novela, Ovídio solta essa (em relação a Io, que agora é ninfa novamente):
“Agora, as pessoas, vestidas de branco, prestavam-lhe homenagem. Uma deusa de verdade, e um filho nasceu, de nome Epafo, da semente de Júpiter”.
De que adiantou ela ter perdido anos de sua vida transfigurada em bezerra, pastando e mugindo, se no fim Júpiter conseguiu o que queria? E o pior é que Ovídio não faz nenhum comentário quanto a essa ironia do destino. Ele simplesmente prossegue a narrativa contando a história de Feton, que é amigo de Epafo. Epafo sendo o filho de Io e Júpiter. É até uma abordagem moderna, muito na moda hoje em dia. Você começa uma história e cria histórias paralelas, no fim todas elas se cruzam.
Mas nesse ponto acaba o Livro Um. Ovídio deixa apenas um pitaco do que vai acontecer no livro dois, mas basicamente o Livro Um acaba aqui. (Metamorfoses é composta de 15 livros).
Eu achei uma linda coincidência, pois agora eu mesma terei de fazer uma pausa na manutenção nesse blog. Na semana que vem viajo para Roma, onde viveu Ovídio enquanto escrevia a sua Metamorfose. Vou lá buscar um pouco de inspiração na fonte e prometo voltar com material fresquinho.