UNICÓRNIO JUNG
Era uma vez, há pouquíssimo tempo atrás, lá no Japão, um unicórnio chamado Jung. Seu apelido era Juju. Ele vivia num lindo bosque de cerejeiras, pertinho de Joso-shi. Juju tinha amigos encantados e desencantados. Para ele, não havia diferença. Ele tinha poderes mágicos, logicamente. Ele conseguia escorregar no arco-íris como se estivesse num tobogã. Essa era sua brincadeira favorita. Seus amigos desencantados, olhavam aquilo e achavam meio bobo. O arco-íris em si é uma coisa super bonita, mas o detalhe do unicórnio escorregando com as patas para cima e crina ao vento, meio que estragava a paisagem. Mas claro que eles não falavam nada. Unicórnios são super sensíveis. Ficam ofendidos por qualquer coisinha. Fora que é muito patético um unicórnio deprimido.
No dia em que a Terra parou, nada mudou na vida de Juju. Ele seguiu sendo um unicórnio feliz num lindo bosque encantado. A única diferença foi que ele começou a se aventurar um pouco mais. Ele saiu para dar umas voltinhas. Ele nunca tinha entrado na cidade, por exemplo. E como todo unicórnio, Juju era bem curioso. Então, numa certa madrugada, ele deu um giro pelas ruas de Joso-shi. Só tomou o cuidado de ir voando para que os moradores da cidade não ouvissem o som dos seus cascos no asfalto. Juju ficou maravilhado em ver como era tudo tão moderno por lá. Ele foi discretíssimo. Entrou e saiu da cidade sem que ninguém o visse… a não ser uma menininha chamada Maria. Ela era diferente das meninas japonesas. Era brasileira e muito sensível, igualzinho ao Juju. Ao ver aquele unicórnio incrível, ela mandou uma mensagem de whats para mim, lá do Japão, pedindo que eu incluísse Juju nos “Contos da Toca”. Então, Maria, agradeço demais pela ideia. Agora, se tem alguém aqui que nunca viu um unicórnio, poderá ver graças a você!