Voltando para debaixo da terra
Certo dia uma formiga me puxou de lado e disse:
“Hoje é o grande dia! Você vai conhecê-la.”
“Quem que eu vou conhecer?”
“A nossa rainha!”
Descemos por longos túneis sinuosos. Se eu estivesse só, talvez nunca mais conseguisse acertar o caminho de volta. O salão real ficava numa região resguardada do formigueiro. Minhas colegas cantavam hinos festivos em louvor à nossa rainha. Assim, quando adentramos o salão, foi num momento de grande cantoria. Ela estava sentada em seu trono, no topo de um morro de terra. À sua volta, tudo reluzia com uma suave luz dourada; resultado de um caprichoso trabalho de decoração combinando miçangas, purpurina, pingentes de brincos e vários outros enfeites disponíveis na natureza. Nosso batalhão se alinhou à sua frente e, obedecendo ao protocolo, fizemos nossa reverência. Ela era tudo que uma formiga pode sonhar. Imagine uma formiga plenamente realizada. Assim era nossa rainha. O simples fato de estar na sua presença nos enchia de alegria e disposição. Então ela disse que gostaria de nos dizer algumas palavrinhas.