Enquanto isso, na toca da bruxa… começam as explicações
– Acho que você vai ter de dormir aqui hoje – disse Morgana.
Olhei pela janelinha esculpida no tronco da árvore. Lá fora era noite fechada. Eu não tinha visto o tempo passar. Hesitei. Embora não sentisse medo, o bom senso dizia que eu deveria sentir. O fato de eu não estar com medo era preocupante. Racionalmente, eu sabia de tudo isso.
– Relaxa – disse Morgana. – Eu não sou o monstro que você imagina. Aliás, seria muito bom que você passasse a noite aqui pra que eu possa esclarecer várias coisas. Aposto que você tem um milhão de perguntas.
É, eu tinha. E nem sabia por onde começar. Queria saber, por exemplo, se toda criança tem uma bruxa que lhe acompanha durante a infância, assim como temos nossos anjos da guarda. Ou nossos demônios particulares.
– Não necessariamente – respondeu Morgana. – Depende da vibração particular de cada criança. Algumas são monitoradas por fadas, outras por gnomos. Algumas por monstros do armário. Depende do caso.
– Você disse “monitoradas”?
– Sim, até os sete anos de idade nós acompanhamos o desenvolvimento dos humanos.
– Nós quem?
– Nós – respondeu Morgana, erguendo os braços.
– Acho que ainda não entendi.
– Nós, os seres encantados.
– E pra que vocês nos monitoram?
– Pra ver com quem poderemos contar no futuro. Você, por exemplo, era uma aposta.
– Eu? Por quê?
– Porque você acredita em qualquer coisa.
2 comentários
Índigo, estou adorando as suas histórias da floresta. 🙂
Oi, Juliana
Que legal saber que vc está curtindo. Eu tb estou me divertindo.
beijo